Desde as eras mais primitivas, a humanidade busca desenvolver equipamentos para facilitar as suas vidas. Descobriram o fogo, as pinturas, as tintas. Fizeram machados, lanças e arcos para caçar. Criaram a roda, o liquidificador, o ar condicionado, a comida industrializada, a máquina de lavar, a escada rolante, o elevador, o Windows, o fast food. Conseguiram achar cura de doenças. Desenvolveram a escrita, o papel, a imprensa, o jornal, a rádio, a televisão, o computador, a Internet.
Dela surgiram blogs, MSN, orkut, sites de busca, de música, de entretenimento. Hoje tudo o que se procura na rede de computadores se acha, inclusive notícias. Mas notícias on-line têm algumas diferenças da mídia convencional. A instantaneidade e a interatividade com seus telespectadores são algumas delas. Em Foz do Iguaçu, existem alguns sites de notícias, como o
H2FOZ,
Megafone,
Sopa Brasiguaia,
Tudo Foz,
Língua de Trapo, além das páginas dos próprios meios de comunicação, como o endereço eletrônico da
Gazeta do Iguaçu,
RPC,
Tarobá,
Jornal do Iguaçu, entre outros.
Esta ferramenta, já é uma realidade para muitas pessoas, pois é uma forma bem mais barata e mais acessível do que, por exemplo, os canais de TV a cabo.O internauta consegue assistir, por exemplo, um canal de notícias da Rússia, pela Internet. A primeira emissora brasileira neste estilo existente na rede, foi a
AllTV. Segundo a coordenadora do Jornal Interativo deste site Veridiana Sanchez, a AllTV, possui outros programas e conta com 3 jornais na grade de programação. O Web News, das 7 às 10 hs, Jornal Interativo, das 18 às 20 hs e o Notícias On-line, das 23 às 00:00hs. “Os Jornais são divididos por editorias, e tem como conteúdo assuntos ligados à política, economia, internacional, cotidiano, cultura, esportes, entre outros”, completa.
Muitas universidades brasileiras, também abrem espaço para seus acadêmicos, levando em consideração o baixo custo deste veículo e também por ser uma forma de prática. Exemplos de sites universitários são o da USP (
IPTV USP) e o da UERJ (
Web TV). O primeiro telejornal universitário diário on-line do Brasil foi o TJ UERJ.Em um evento recente, o diretor geral do jornalismo da BBC, Richard Sambrook, chegou a anunciar em tom de alerta a seus colegas da mídia tradicional: “Não somos mais donos da notícia. Há um novo e fundamental realinhamento das empresas de jornalismo com o público. Queremos ser parceiros na produção de notícias. Somos mediadores ou facilitadores de conteúdo jornalístico. Experimentamos novas técnicas jornalísticas e ensinamos o público a produzir blogs, por exemplo”.
Hoje, a região da tríplice fronteira conta com uma inovação em veículos de comunicação. A cidade possui um site de notícias com acesso a vídeos: o
LCTV. A página está no ar desde 02 de agosto deste ano, e aos poucos está se expandindo. Recebe diariamente, entre 100 a 150 acessos.
O dia-a-dia atrás de notícias não é diferente da televisão. Fazem rondas com polícia, bombeiros, hospitais, procuram pautas. Mas não se prendem só a isso. Para o jornalista Luciano Villela, a pauta limita muito o repórter, ele precisa estar na rua, é lá onde as notícias acontecem. “É este o diferencial do profissional, pautas são fatos já marcados com data e hora para ocorrerem, mas quando você vai às ruas, o fato é inusitado. Ela é um caminho, não sou contra, porém prefiro não ter”, completa.
Acompanhando uma manhã a equipe do LCTV, deu para ter uma idéia de como é o cotidiano dos jornalistas, na procura incessante atrás de informações.
A foca estreou com o pé esquerdo. Setor policial. O dia começou agitado, na
Polícia Federal, onde haviam sido apreendidos dois caminhões, com aproximadamente 1000 caixas lotados de cigarros e brinquedos. A apreensão ocorreu através de uma denúncia anônima.Os veículos com placas do Paraná e do Rio Grande do Sul, foram pegos em Medianeira. Ninguém foi preso nesta ocorrência.
Saindo da Policia Federal, um outro jornalista nos informa sobre a prisão de uma quadrilha especializada em roubos de taxistas.O coração foi à boca. Entrar na 6ªSDP pela primeira vez. Mas vida de jornalista é assim mesmo. E lá fomos nós. Conversa com um invest
igador aqui, com o Delegado ali. De repente, entramos na sala onde estavam algemados os cinco integrantes do grupo. No local, havia ainda mais um outro rapaz, preso por uma outra situação. Foi uma sensação diferente. Aqueles homens nos olhavam de uma forma, como se fossem arrancar aquelas algemas e pular em nossos pescoços. Eu não queria entrar. Mas respirei fundo, contei até três e entrei, tirei fotos deles e sai. A notícia era a seguinte: A quadrilha já estava sendo investigada há três meses. Eles foram presos, quando tentavam atravessar a Ponte da Amizade a pé. Foi um trabalho conjunto do GDE de Foz do Iguaçu, com as polícias de Medianeira e Matelândia. Alguns taxistas, como o Moisés Vitorino da Silva, foram ao local para reconhecer o grupo.
Quando achei que n
ada poderia ser pior, um colega da área, venho nos avisar da existência de um cadáver próximo à favela da Guarda Mirim. As pernas amoleceram, rezei para a equipe não ir para lá. Seriam emoções demais para um dia. Penso ser abençoada por alguém lá de cima, pois ouviram as minhas preces. A equipe resolveu não cobrir essa notícia. E eu, obviamente, agradeci o resto do dia.
Susto passado fomos tentar fazer uma reportagem mais light, filmar as obras de uma grande rede de supermercados. Porém não foi possível, fomos barrados pelo sistema burocrático da empresa.
Após termos saído deste local, nos dirigimos a alguns córregos da cidade, para mostrar como estão sujos. Um calor tão intenso que até o inferno estaria mais fresco. Enquanto eram feitas estas filmagens, um senhor aproximou-se do cinegrafista, dando a dica de mais um lugar para filmar. Ele disse haver uma grande sujeira em frente ao posto de saúde do bairro profilurb. E lá fomos nós, registrar. Estas imagens entraram na mesma matéria dos córregos, para mostrar como está esquecida a limpeza pública da cidade.
Como a notícia virtual é mais instantânea, a repórter Andréia Villela vai escrevendo os textos no carro, para agilizar o processo. Qual é a principal diferença entre o texto de Televisão e de Internet, pergunto a ela. “O texto para o veículo on-line, é bem mais curto, pela rapidez exigida pelo próprio meio, e porque fazemos muitas matérias durante o período matutino, não temos tempo de escrever matérias elaboradas”, explica.
Depois que todas as matérias do dia são feitas, a equipe pára em um local mais calmo, e grava os off’s dentro do carro. Depois de passado este processo, eles dirigem-se até a casa do editor para ser entregues as imagens e o texto gravado. Ele faz rapidamente a edição e coloca as matérias no site.
Enquanto percorríamos a cidade em busca da notícia, Danilo Scalia
nte, o cinegrafista, me fez refletir em algumas palavras de uma menina humilde, que se aproximou dele, quando ele filmava um córrego.Aquele mesmo que o senhor deu a dica do posto de saúde. Ela mora em uma casinha de madeira, ao lado do córrego poluído.“Enquanto eu estava filmando, a menininha olhou para mim, e falou: Tio, você veio tirar a gente daqui? A mãe veio em minha direção, dizendo estar esperando a solução do prefeito, pois ele prometeu tirar a população daquele lugar e não cumpriu, inclusive os moradores já haviam assinado os papéis”.
E eu fiquei pensando: “agora tenho certeza de estar na profissão certa, gosto de desafios, de estar na rua, de saber que o meu trabalho não é uma rotina, e através dele, eu posso sim ajudar uma população à mercê, que precisa ser ouvida e vista. Só assim teremos um país mais digno e justo para todos.
